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domingo, 13 de março de 2011

ROBAR OU ROUBAR?

(texto de Nilton Marchesini)


 Caro amigo virtual, salve!

Quero iniciar esta seçao com uma pergunta bem direta: Qual è o correto: Robar ou Roubar?
Jà deu a tua resposta? Pois bem, a minha è: "Nao roubar".
Certamente, voce deve ter pensado que eu estava me referindo a uma questao gramatical, mas nao era esta a minha intençao. Eu me referia a um princìpio moral. Quer dizer, era apenas uma "pegadinha" bem humorada para iniciar a conversa.
No blog tem uma seçao chamada "Nem facil nem complicado", dedicada ao estudo comparado das linguas portuguesa e italiana, de um modo bem descontraìdo e didatico.
Esta seçao, porèm, è dedicada somente ao aprofundamento do conhecimento da lìngua portuguesa. Quando somos alunos, sempre pensamos que as aulas de matematica e portugues sao as mais chatas dentre todas. Somente depois de grande è que nos rendemos conta de que tudo o que nos estava sendo ensinado ainda era pouco para o que precisamos.
Mas longe de mim me apresentar aqui como um professor ou como um que quer ensinar alguma coisa sobre a gramatica da lingua portuguesa. E tanto menos, fazer desse espaço, a continuaçao dos momentos de sala de aua, tornando o teu precioso tempo em um momento fastidioso e cansativo.
Pelo contrario, procurarei ser o mais "light" possivel, apresentando os artigos de um modo bem descontraido, com exemplos do dia a dia, e com anedotas, para facilitar o aprendizado e a memorizaçao. Se possivel, transcreverei, ou indicarei links que nos fazem ver os erros mais comuns na escrita da nossa lìngua.

Porque eu decidi dar espaço à lingua portuguesa em um blog como este, que tem um proposito todo voltado para outra direçao? Por uma simples razao:
A lingua è uma caracterìstica exclusiva do ser humano. Somente nòs, dentre todos os animais, somos capazes de nos expressarmos em palavras. Cada povo com sua lingua, e cada lingua com sua gramatica. Alguns povos tem mais de uma lingua em comum, e algumas linguas sao estruturalmente mais simples de se estudar que outras. A lingua oficial da naçao brasileira è o portugues.
Aqui na Italia se ouve muito se falar em "lingua brasiliana" (lingua brasileira). O que mais me entristece è que quem fala isto nao sao os italianos, sao brasileiros mesmo. Mas esta expressao è errada. Nao existe uma lingua brasileira. Existe, sim, a lingua portuguesa falada no Brasil, que tem uma pronuncia toda particular, uma cadencia tipica do povo brasileiro. Esta è a maior diferença entre o portugues falado no Brasil e o portugues falado nos demais paìses de lingua portuguesa. Atè mesmo porque existe um acordo entre todos os paìses lusòfonos (de lingua portuguesa, que nao sao somente Brasil e Portugal, mas tem tambem Angola, Moçambique e Timor Leste, entre outros) de unificaçao da gramàtica, para que as mesmas regras gramaticais sejam aplicadas em todos esses paìses.
Uma outra diferença que existe entre esses paìses nao è gramatical, mas conceitual. Por exemplo, uma certa palavra pode ter um significado no Brasil e outro em Portugal, mas isto è em uma escala bem pequena, em geral, nao afetando a capacidade de compreensao e de comunicaçao.
A lingua è uma ferramenta indispensavel na vida em comunidade. Necessitamos das palavras para nos comunicarmos, para transmitirmos nossa ideia ou conviccao. Em alguns casos as palavras sao mais importantes que em outros. Por exemplo, um vendedor, se nao usa bem as palavras, se nao imposta bem a voz, corre o risco de nao vender seus produtos; Um professor, se nao explica bem o estudo, corre o risco atè de ser substituìdo, se for em uma escola privada (jà que os funcionarios publicos tem garantida a estabilidades de emprego); Um rapaz quando quer pedir uma moça em namoro, planeja bem quais palavras usarà, para convence-la mais facilmente a aceita-lo; Um poeta, quando compoe uma poesia, um escritor quando elabora um texto, um pastor quando transmite um sermao, um apresentador de programa televisivo, etc, etc, etc.
Nao sou a favor do caminho que nossa educaçao brasileira està seguindo. A falta de educaçao do povo e a falta de conhecimento de nossa lingua nao è causa em si mesma, mas consequencia. Começa de cima para baixo. O valor que o governo dà à educaçao. O que exige do Ministèrio da educaçao, que por sua vez, exige das instituiçoes de ensino, e estas, o que exigem dos alunos. O ser humano è assim: quando menos se pede, menos produz. Na lingua nao è diferente. Quando menos se requer, menos se ensina, menos se aprende e menos sabe.
Minha esposa, no Brasil, era professora da rede estadual de ensino. Portanto, tenho conhecimento de que as escolas sao, muitas vezes, obrigadas a aprovar atè mesmo os piores alunos, se pretendem contar com a continuidade das verbas do governo. Alem de que os conflitos familiares sao refletidos na sala de aula, onde os alunos ameaçam e atè agridem fisicamente os professores, sem que esses possam fazer nada; alunos que usam drogas ou carregam armas para dentro das escolas; bulismo proliferado; alunos cansados porque trabalham e estudam, ou porque fazem um longo percurso para irem à escola; ou a pobreza extrema que os impede de terem recursos tecnologicos para continuarem seus estudos fora da sala de aula, tudo contribuem para que essas pessoas tenham limitada a sua capacidade de aprendizado, o que refletirà em consequencias por toda a vida.
Estando no Brasil, sempre tive uma convicçao, a qual se confirmou quando me tranferì para a Italia. Uma pessoa que nao tem um bom dominio da sua lingua mae, jamais terà condiçoes de aprender uma lingua estrangeira. Isto mesmo, pode atè aprender a se comunicar, a transmitir o seu pensamento e a ser entendido, mas daì a dizer que ele aprendeu aquela lingua tem uma distancia muito grande. Conheço pessoas que com pouco tempo, conseguiram ter uma assimilaçao muito grande de uma segunda lingua, enquanto que outros, estando ha tanto tempo no paìs, ainda tem dificuldades em se comunicar. Nao estou falando de pronùncia, estou falando mesmo de conhecimento tecnico da lingua, os modos verbais de seus verbos, o uso do plural, os sinonimos, a estruturaçao das frases, o uso dos pronomes, a flexao dos substantivos, e os demais elementos do estudo da lingua. Nao me gabo em dizer que tenho conhecimento da lingua portuguesa, muito menos da lingua italiana, a qual aprendi depois de adulto, no dia a dia do trabalho, sem nunca ter frequentado uma escola de aprendizado. Costumo dizer que nao somente nao aprendi o italiano como gostaria, como tambem me esqueci de boa parte do portugues, como nao deveria. Todavia, dificilmente eu passo um dia sem abrir os vocabularios e dicionarios da lingua portuguesa e italiana (alèm da inglesa), para estudar suas semelhanças e diferenças, e procurar aprender o mais possìvel, mesmo sabendo que jamais terei aprendido o mìnimo necessàrio suficiente.
Espero que minha contribuiçao, ainda que pequena, sirva de estìmulo para a valorizaçao da lingua, e se, de alguma maneira, isto acontecer com voce, ja me sentirei recompensado. Do contrario, serei ainda mais contente, se voce puder me ajudar a aprender mais um pouco, pois o conhecimento è a alavanca da mente e a mola mestra da indepencia de um povo. Nao foi sem razao que Jesus, o mestre dos mestres, disse certa vez: "Conheçam a verdade, e ela libertarà voces" (Joao 8:36). Jesus estava falando aqui, de conhecimento. No caso, nao um conhecimento gramatical ou cientìfico e empìrico, mas um conhecimento dos valores do Reino de Deus, para a liberdade da alma, dos grilhoes do pecado.
Atè a proxima.

P.S. Julgo providente apresentar aqui, para evitar que me digam que falo o que nao faço, uma còpia do paràgrafo citado na coluna: "O blog", que diz:
"Preciso esclarecer que escrevo de um computador cujo teclado nao tem todos os acentos gràficos da lingua portuguesa, sendo a razao pela qual muitas palavras nao sao acentuadas, ou tem um acento nao conforme à gramàtica da lingua portuguesa".

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